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terça-feira, 19 de abril de 2016

A ressurreição e a espiritualidade do cotidiano

Lucas 24.28-32
28 Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante. 29 Mas eles insistiram muito com ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando”. Então, ele entrou para ficar com eles. 30 Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. 31 Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles. 32 Perguntaram-se um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?”.

É interessante como a ressurreição de Jesus acontece em meio ao cotidiano. Sua presença está naquilo de mais simples que fazemos como comer e beber.

Por que, então, deslocamos a experiência com Deus para esferas místicas e O esquecemos em nosso dia a dia?

Por que relacionamos nossa espiritualidade apenas com os momentos de oração e a desconsideramos em nosso árduo trabalho diário?

Infelizmente, nossa cultura tem separado dimensões que foram criadas para andarem juntas. 

Pensar que a espiritualidade é apenas uma experiência transcendente fere uma realidade cara para Jesus: a experiência humana.

A espiritualidade é a própria vida cristã. Tudo que fazemos como cristão é espiritualidade. 

Acordar pela manhã, tomar café, beijar a família, ir ao trabalho, desenvolver as atividades pertinentes do dia, voltar para casa, tomar banho e cair no sono devem ser experiências profundamente espirituais. 

Elas devem ser realizadas em Cristo.

Por mais importante que seja a oração e as experiências místicas, elas não limitam a nossa relação com o Deus criador, revelado em Jesus e presente em nosso meio através do Espírito.

Na verdade, quanto mais completa a nossa espiritualidade, mais humanos seremos.

Isso fica evidente com a ressurreição de Jesus.

Após uma longa caminhada com dois de seus discípulos (v.13), o Messias ressurreto se assenta na mesa da casa deles e parte o pão.

Com um gesto simples, Jesus entra no cotidiano dos discípulos e os faz “abrir os olhos” para a nova realidade do mundo: o reino de Deus havia chegado e o Messias estava presente com eles.

Intencionalmente, parece, Lucas nos lembra de Gênesis 3, quando os olhos dos nossos primeiros pais foram abertos para a realidade do mal. Agora, estão abertos para a realidade do único e verdadeiro Deus.

Perceba, isso tudo acontece na esfera do cotidiano. 

Não existe separação entre o mundo “espiritual” e o mundo “material”. 

Tudo é espiritual, pois acontece a partir do relacionamento com Deus.

A ressurreição de Jesus, enfim, é a inauguração da nova criação. Antecipamos essa realidade sempre que  vivemos a espiritualidade de maneira completa.

Vamos, então, estar atentos à presença do Cristo ressurreto em nossa casa e em nosso dia a dia.

Quem sabe perceberemos nosso coração queimando dentro do peito (v.32).

Ou, ainda, vamos chegar a uma linda conclusão: Jesus esteve falando conosco o dia inteiro.


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