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quinta-feira, 31 de março de 2016

É tempo de ressurreição




por Valdir Steuernagel

Aliança Evangélica





Cristo ressuscitou! A partir do domingo de Páscoa, em seu calendário litúrgico, a igreja estará afirmando, sempre novamente, que Cristo ressuscitou. E essa ressurreição faz toda diferença do mundo. Ela é um ato fundamental e absoluto de Deus que afirma a esperança e anuncia uma nova possibilidade. Nem mesmo a morte é definitiva, pois a ressurreição é uma realidade.

Como igreja, nós anunciamos e somos chamados a viver a ressurreição a cada dia em meio à realidade que nos cerca e tanto em seu nível micro como macro.

Nossa nação está vivendo dias conturbados e tensos. O país parece paralisado e está raivoso. Dividido e conflitado. O povo está na rua e diferentes bandeiras estão sendo levantadas e um crescente clima de descrença no nosso sistema político se instaura. A Lava Jato não para de nos surpreender com seguidas operações e sabemos que isto é apenas o começo, apesar dos seus dois anos, na esteira da possível e necessária revelação de um caudal de lama corruptora e injusta que marca a nossa história e afeta todos os segmentos de nossa vida nacional, seja da parte do político que faz conchavos, do empresário que quer o contrato ou o gesto corriqueiro de querer “comprar” o guarda para não receber a multa.

Essa é a realidade do nosso país, que poderia ser descrita de muitas outras formas. Mas não é suficiente descrevê-la ou simplesmente fazer parte dela com a sua desesperança, raiva e indignação. É preciso transformá-la, e isso é marca do evangelho.

É tempo de ressurreição – e isto significa possibilidade de conversão e de esperança. Significa que a igreja e os cristãos precisam vivenciar um testemunho que aponte para Cristo e para a vivência de uma esperança que transforme a realidade. É claro que isto significa muitas coisas, mas eu só gostaria de apontar para algumas pistas:

Somos filhos do amor de Deus e buscamos a construção de uma sociedade onde as pessoas se encontrem.

Nossa sociedade está com os nervos à flor da pele. As brigas vêm rápido e já tememos cenas de violência explícita. É preciso desconstruir esse círculo de animosidade e de confronto ideológico; e é preciso que os cristãos se disponham a fazer isso. A confissão da nossa fé precisa ter uma expressão pacificadora. Nós propomos espaços de encontro sem derramamento de sangue e sem raiva nos olhos. Precisamos construir o Brasil para fora da presente crise.

Queremos a justiça e somos a favor da verdade!

Aprendemos com a Palavra de Deus e com a própria experiência histórica que não existe conciliação e reconciliação sem verdade, assim como não existe justiça sem verdade. Este é um momento propício para desvelarmos algumas das mentiras que fazem parte da nossa "cultura do jeitinho" e de levar vantagem. Essa cultura no exercício do poder, leva a esquemas de corrupção  tão intensos, corriqueiros e volumosos que consideramos difícil de acreditar, como vemos neste momento. O atual processo investigador não pode ser nem sustado, nem domesticado. É preciso ir fundo, ainda que vá longe e continue a nos assustar. E ao ir fundo e longe, também as nossas instituições religiosas não estão isentas de serem perscrutadas e avaliadas. Nós afirmamos que a justiça e a verdade precisam ter espaço para reinar entre nós e a partir de nós ao ponto de trazer nova esperança para a nossa gente e o nosso Brasil.

A democracia é tênue, mas é o melhor que temos.

Pode-se dizer que a democracia se constrói devagar e se mancha fácil. A Constituição de 1988, ainda é tênue, parcial e tem sido administrada por uma expressão política maiormente clientelista e utilitária. Assim, temos hoje um Brasil sem reforma política, em caos político, com instituições de estado frágeis e marcado por uma grave crise econômica. Um momento difícil a carecer de lideranças sólidas, compromissos claros e no qual, acima de tudo, as nossas instituições precisam funcionar para todos e ter as suas decisões respeitadas. A Constituição de 1988 trouxe uma segurança e uma estabilidade que precisa ser respeitada neste Brasil da crise e no Brasil pós-crise. Nós afirmamos a democracia, os Poderes e as suas respectivas áreas, bem como a construção de uma sociedade que afirme uma cultura de integração, paz e proteção dos pequenos e mais vulneráveis.

Neste tempo pascoal, nós afirmamos que a esperança é filha da ressurreição. É verdade que vivemos dias conturbados, mas também é verdade que estes não têm a última palavra. A última palavra é pronunciada por Deus e Ele nos anuncia que tem caminhos novos para todos que vivemos neste nosso tempo e neste nosso lugar. E o melhor que Ele tem para nós passa pela justiça, verdade, cuidado mútuo e vivência de comunidade. Por estes valores nos pautamos nestes dias e pela realização dos mesmos oramos, assim como a igreja tem orado no decorrer da história: PAI NOSSO, SEJA FEITA A TUA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU.

http://www.aliancaevangelica.org.br/news/0022-2016/

terça-feira, 22 de março de 2016

A guerra contra o mal


Efésios 6.10-12

10 O que mais eu posso dizer? Apenas isso: estejam fortes no Senhor e na força do seu poder. 11 Coloquem a completa armadura de Deus. Então, vocês poderão permanecer firmes contra as armadilhas do diabo. 12 A guerra que nós estamos travando não é contra carne ou sangue. É contra os líderes, contra as autoridades, contra os poderes que governam o mundo nesse tempo de escuridão, contra os elementos espirituais da maldade nos lugares celestiais. (Tradução de N.T. Wright)

O mal é maior que a soma das maldades do mundo.

Essa realidade é vista em nosso dia a dia. Buscamos a justiça, a bondade e a honestidade onde vivemos. Mas, parece, elas escapam de nossas mãos.

A razão disso acontecer é a existência de forças controladoras ao nosso redor.

Elas adquirem sinergia. 2 + 2 tornam-se 5. Ou mais.

Acontece que Deus concedeu um privilégio para o ser humano, o qual também seria sua responsabilidade: administrar o mundo do jeito de Deus, a partir de uma vida de intimidade com Ele.

Essa situação configura a criação à imagem de Deus.

Mas o ser humano abriu mão da responsabilidade. Entregou-a para elementos da própria criação, transformando-os em falsos deuses.

Hoje, essas forças (falsos deuses) tem nome: dinheiro, prazer, poder, entre outros.

Antigamente, tinham outros nomes: Mamon, Afrodite, César.

Então, quando você vive preocupado com dinheiro e entende que o teu valor está em ser alguém próspero, você serve a Mamon e não a Deus.

Quando você troca de amor como quem troca de roupa e entende o teu valor a partir da necessidade de ser aceito por outros, você serve a Afrodite e não a Deus.

Quando o grande objetivo de tua vida é conquistar uma posição de destaque na sociedade e entende o teu valor no prestígio que você possui, você serve a César e não a Deus.

Você percebe quem comanda esse mundo?

Por isso, Paulo diz que nossa guerra não é contra carne ou sangue, mas "contra os poderes que governam o mundo nesse tempo de escuridão" (v.12).

No mundo de Paulo, essas expressões não significavam necessariamente “hostes demoníacas”, mas forças criadas para estar em harmonia com o propósito do criador, transformadas em falsos deuses, as quais recebia nomes como Mamon, Afrodite e César.

Colossenses 1.16 deixa isso bem claro: “Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele.”

O diabo existe (v.11). É um ser semi-pessoal que promove o mal porque o ser humano entregou esse poder a ele. Mas essa é outra história que merece ser contada em outro espaço.

Aqui, ele representa o acusador, o tentador, o sedutor. Ele cria armadilhas para nos afastar dos propósitos do criador. Ele põe lenha na fogueira.

Mas, perceba, nossa luta não é diretamente contra o diabo. É contra as forças controladoras que agem no mundo.

Elas se tornaram "forças" porque a humanidade não agiu como imagem de Deus. Abriu mão de sua responsabilidade e foi dominada pelo mal.

Aquilo que era para contribuir com o projeto de Deus, acabou por escravizar toda a criação, inclusive o ser humano.

É como se vivêssemos no exílio, como o povo hebreu vivia no tempo do Egito. A guerra continua. Necessitamos de libertação. Alguém que nos conduza para fora do exílio e da escravidão.

A boa notícia é que o libertador já veio.

No Messias (Cristo) Jesus, todas as coisas são devolvidas ao seu propósito original. Deus reconciliou Nele todas as coisas (Colossenses 1.20).

Na cruz o mal foi vencido. Na ressurreição, a nova criação foi inaugurada.

Mas ainda estamos em guerra?

Sim. Porém, nosso estado de guerra é temporário. A vitória já foi decretada. O reino já foi iniciado. 

Só que o mundo ainda não se deu conta disso. Vive a partir do reino antigo.

E a maneira de Deus agir não é a coerção. Sua conquista não é pela força, mas pelo amor subversivo.

Por isso, o chamado do povo de Deus é para implementar a vitória de Jesus no mundo, através de atos, palavras e orações, a fim de que o mundo creia nessa nova realidade e, também, viva a partir dela.

Com essa tarefa no coração, portanto, aguardamos a manifestação do Rei Jesus na terra, quando a Nova Criação será consumada e tudo será colocado em ordem novamente.

Muitos, ainda, não perceberam a alvorada do reino de Deus. A luz do sol está presente, mas vivem como cegos, em pleno escuro.

Nessa perspectiva é que lutamos contra as forças que governam o mundo nesse tempo de escuridão.

E agora, como fazemos isso?

Vestindo a armadura de Deus?

Sim e não.

Mas isso será assunto para outra postagem, ok?


terça-feira, 15 de março de 2016

Subversão




Marcos 10.35-45 
O pedido de Tiago e João







35 Nisso Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: “Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir”. 36 “O que vocês querem que eu lhes faça?”, perguntou ele. 37 Eles responderam: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”. 38 Disse-lhes Jesus: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu estou bebendo ou ser batizados com o batismo com que estou sendo batizado?” 39 “Podemos”, responderam eles. Jesus lhes disse: “Vocês beberão o cálice que estou bebendo e serão batizados com o batismo com que estou sendo batizado; 40 mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem foram preparados.

Em nosso país temos o costume de desvalorizar a nós mesmos. Diante dos casos de corrupção amplamente expostos na mídia, normalmente dizemos: “só pode ser no Brasil”.

A história de Tiago e João mostra que a corrupção está em todo o lugar. Inclusive no coração dos discípulos de Jesus.

Quando eles pedem a Jesus cadeiras especiais no reino, eles estão imaginando Jesus assinando seu primeiro decreto como rei: matem os romanos!

Imaginam um reino de poder e glória... humana.

Sendo assim, um queria ser Ministro da Fazenda e, outro, Ministro da Justiça. Eles queriam antecipar a vaga; passar na frente dos concorrentes.

Mas o reino de Deus é diferente (essa sempre foi a mensagem de Jesus). O caminho para ele ser estabelecido não é coercitivo. Portanto, não adianta negociar os cargos para tirar vantagens.

Como o reino será estabelecido, então?

Talvez a melhor resposta para essa pergunta seja: PELA SUBVERSÃO.

A subversão acontece de dentro para fora. É água mole em pedra dura que tanto bate até que fura.

Foi o caminho de Jesus.

Perceba a resposta de Jesus a Tiago e João: “Vocês não sabem o que estão pedindo. [...] Esses lugares já estão reservados para outros.”.

Quem são esses outros?

A narrativa de Marcos nos deixa em suspense por um tempo. Depois nos revela, logo adiante, no cenário da crucificação.

Os que ficarão à direita e à esquerda serão dois ladrões (15.27).

Como assim?

A glória de Deus, sua grande vitória, será na cruz. Ali todo mal é derrotado. A fraqueza se transformou em força. O sofrimento em superação. É pura subversão.

Tiago e João não sabiam o que estavam pedindo. Eles não conseguiam imaginar um reino conquistado pela paixão, morte e ressurreição do Messias. 

Entendiam as palavras de Jesus sobre “beber a taça” e “receber o batismo” como uma alerta sobre as dificuldades e lutas para o estabelecimento do reino. Algo como: “será duro, mas venceremos!”.

Mas a cruz mostra que para estabelecer o reino de Deus não basta apenas passar por um caminho difícil. É uma jornada a ser trilhada. Uma jornada de subversão.

O caminho subversivo, portanto, é exemplificado pelo sofrimento de Jesus, o qual leva sobre seus ombros toda a maldade do mundo por amor. A fidelidade a Deus e ao seu projeto é sua grande motivação. E seu projeto é a nova criação.

Por isso, somos convidados para sermos seus discípulos. Devemos aprender o caminho da subversão e implementar a sua vitória no mundo.

Jesus nos chama à subversão porque esse é o melhor caminho para a transformação. É a forma de plantar a semente da nova criação.

Quando você é subversivo, o teu valor não está na admiração das pessoas. O teu sucesso não é marcado pela produtividade. A tua estabilidade não é determinada pelo dinheiro que você tem no banco.

O subversivo age com intencionalidade, semeando o reino, mas crendo que quem dá o crescimento é Deus.

O subversivo é humilde. Busca servir ao invés de ser servido. Seu coração não está nas conquistas pessoais.

O subversivo é manso. Já foi um cavalo xucro; agora está domado. Suas ações são marcadas pela sobriedade. Busca agir com sabedoria diante da tensão.

O subversivo é persistente. Não desiste nunca. É movido pela esperança. Acredita na vitória de Jesus na cruz e no estabelecimento da nova criação no futuro.

O subversivo é criativo. Está sempre buscando alternativas para lidar com o mal, a fim de transformá-lo em bem.

O subversivo ama. Ama porque sabe que é amado. Sua força vem dessa certeza. Entrega sua vida na fidelidade ao amado.

A cruz, portanto, não é apenas um meio de vitória, mas um modelo.

A cruz nos indica que existe um caminho diferente a tomar. Um caminho de amor e paz. Um caminho de transformação real, de dentro para fora. Um caminho subversivo.

O que te impede de tomar tua cruz e seguir a Jesus pelo caminho da subversão em direção ao reino de Deus?


sábado, 12 de março de 2016

Oremos por justiça e serenidade


A 24a fase da operação Lava Jato, denominada Aletheia ("verdade", no grego), tornou-se notícia no mundo inteiro, pois as investigações envolvem personalidades políticas.

Depois de dois anos e tantas fases, a Operação Lava Jato é hoje conhecida mundialmente por investigar um dos maiores escândalos de corrupção da história. Algo surpreendente no Brasil, o país da impunidade, como o seu próprio povo o denomina. Políticos, empresários, banqueiros, funcionários públicos e lobistas têm sido denunciados e acusados, sendo que alguns já foram condenados e apenados. Essa é a triste realidade. Mas o que nos consola é que estamos vendo a justiça fluir.

As Escrituras atestam que desde os tempos antigos “o ímpio aceita às escondidas o suborno para desviar o curso da justiça” (Provérbios 17.23). Contudo, não podemos nos conformar com essa realidade, pois a Bíblia também diz: “Odeiem o mal, amem o bem; estabeleçam a justiça nos tribunais” (Amós 5.15). O Senhor nos faz conhecer o caminho melhor: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Miqueias 6.8).

Embora,  publicamente todos aprovem as medidas de  combate à corrupção, o aprofundamento das investigações, os inquéritos policiais e os processos judiciais abalam  a credibilidade de instituições e partidos políticos, além de macular as biografias das pessoas envolvidas. As paixões partidárias e a troca de acusações têm elevado a temperatura das discussões, chegando, em alguns casos, a provocar lamentáveis agressões físicas.

A Aliança Cristã Evangélica Brasileira, preocupada com esse acirramento dos ânimos, dirige-se às igrejas e pessoas filiadas, e ao povo evangélico em geral, chamando-os à serenidade, à oração e à paz.

Com esse propósito, somos encorajados a:

- Orar pelas autoridades: "Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões... por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (I Timóteo 2.1, 2).

- Orar pelo bom funcionamento de nossas instituições democráticas, sobretudo na instância dos poderes constituídos: Legislativo, Executivo e Judiciário.

- Orar para que a crise econômica e política seja resolvida, dentro dos limites estabelecidos pelo Estado de direito e da  democracia brasileira.

- Orar para que a justiça e a paz caminhem juntas em nosso País e que todos estejam sujeitos às mesmas leis, sem privilégios. Que venham à tona todos os casos de corrupção, tanto em nível federal, como estadual e municipal.

- Orar para que o Brasil encontre em Jesus Cristo a referência de que tanto precisa para se tornar uma nação pautada pelo bem-estar que procede da justiça.

Brasil, 9 de março de 2016
Aliança Cristã Evangélica Brasileira


sábado, 5 de março de 2016

É melhor evitar o fermento



Mc 8.13-17: o fermento dos fariseus e de Herodes

13 [Jesus] voltou para o barco e foi para o outro lado. 14 Os discípulos haviam se esquecido de levar pão, a não ser um pão que tinham consigo no barco. 15 Advertiu-os Jesus: “Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. 16 E eles discutiam entre si, dizendo: “É porque não temos pão”. 17 Percebendo a discussão, Jesus lhes perguntou: Por que vocês estão discutindo sobre não terem pão? Ainda não compreendem nem percebem? O coração de vocês está endurecido?

Você já reparou como funciona um fermento. Age lentamente na massa, até que a modifica.

O fermento, na época de Jesus, era proibido no tempo da Páscoa. O pão sem fermento lembrava os antigos hebreus. Eles saíram com tanta pressa e avidez da escravidão no Egito que não tiveram tempo de esperar pela ação do fermento no pão.

Portanto, quando Jesus alertou os discípulos sobre o perigo do fermento dos fariseus e de Herodes, essa figura estava bem viva em suas mentes e corações.

Tanto que eles pensavam que o problema era não terem trazido o pão certo.

Mas, Jesus insiste, mesmo que indiretamente: a questão não é o pão, mas o fermento.

Usar fermento significava ficar indiferente à história de libertação de Deus.

Usar o fermento dos fariseus e de Herodes significava não perceber que uma nova história de salvação estava acontecendo em Jesus.

Os fariseus ensinavam que o reino de Deus viria se as pessoas fossem muito religiosas. Herodes inspirava a luta pelo poder no reino.

Cuidado! Disse Jesus. Religião e poder político não são as bases do reino de Deus.

Mas, como fermento, são capazes de se infiltrar e transformar vocês.

O reino de Deus é diferente.

Ele vem, primeiramente, pelo sofrimento em direção a uma cruz. Ele apenas pode ser estabelecido pelo amor e pelo serviço humilde. Ninguém pode fazer parte dele através de exigências religiosas (o único caminho é a fé no Messias Jesus). Sua vitória é garantida pela ressurreição.

Então, evitem o fermento.

Aceitem o caminho do pão ázimo (sem fermento).

Deus sabe que você está acostumado a usar fermento. Você fez isso a vida toda. Você viveu a vida de religiosidade que te ensinaram para alcançar as graças de Deus. A sociedade, ainda, te pressiona a lutar pelo poder como único caminho do sucesso.

Mude seus hábitos. Arrependa-se (literalmente, siga outro caminho), o reino de Deus chegou em Jesus.

Aceite ser seu discípulo e trilhe a jornada rumo ao seu reino.

Jesus é um mestre paciente e amoroso.

Mas ele é firme e determinado. 

Seguidamente, vai te confrontar para fazer você se dar conta da importância de seguir o reino do único e verdadeiro Deus, pois sabe que a vida em outro reino traz consequências desastrosas.

Acredite, é muito melhor evitar o fermento.