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terça-feira, 26 de abril de 2016

Recomeçar do jeito de Deus




Lucas 24.45-47

45 Então lhes abriu o entendimento, para que pudessem compreender as Escrituras. 46 E lhes disse: "Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, 47 e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém".





Uma psicóloga um dia me falou: UM DIAGNÓSTICO NUNCA TE DEFINE!

Você é mais do que um diagnóstico. Você pode se reinventar, não importa se você perdeu o emprego, está acometido por uma doença grave ou se tem problemas em sua família.

Sempre é possível recomeçar.

Ressurreição é recomeço.

Recomeçar, porém, não significa fazer novamente a mesma coisa.

É possível fazer diferente. É possível fazer do jeito de Deus.

No texto de Lucas, Jesus esclarece o que as escrituras já apontavam (não como “profecias” retiradas de passagens específicas, mas como a história inteira da revelação de Deus): o Messias ressuscitaria e a mensagem de arrependimento para o perdão de pecados seria pregada a todas as nações (v.47).

Essa é a grande motivação para reiniciar a vida: a ressurreição de Jesus indica a chegada de um novo tempo para o mundo, a partir do arrependimento e do perdão de pecados.

O que significa isso?

A tendência é pensar que eu deveria me arrepender de meus pecados e você dos seus, e que Deus nos perdoaria.

Entretanto, apesar da importância do aspecto individual do arrependimento e da necessidade de sermos perdoados por nossos pecados específicos, a orientação de Jesus para seus discípulos é muito mais abrangente.

A mensagem é uma confrontação. É anunciar que o jeito das pessoas viverem está desconectado com o jeito que Deus deseja que elas vivam.

Em outras palavras, é dizer: deixem de ser o povo que vocês são e sejam o povo que Deus quer que vocês sejam.

Ao mesmo tempo, a mensagem revela o jeito de Deus fazer as coisas: através do perdão.

Dessa forma, Deus, em Cristo, estabelece um jeito diferente de viver, um jeito caracterizado, em todos os níveis, pelo perdão.

Quando as pessoas vislumbram o perdão de Deus em Cristo e passam a ser agentes desse mesmo perdão, elas estão livres para recomeçar a viver do jeito certo.

Jesus, portanto, convoca o mundo inteiro a mudar de direção. 

A deixar-se conduzir pelo único e verdadeiro Deus, revelado no Messias Jesus.

E a ser livre escravidão do pecado para viver de um novo jeito, a partir do perdão.

Isso é tanto individual como coletivo.

A era de perdão, assim, está lançada em Jesus. Chegou a hora do reino de Deus. A nova criação foi inaugurada.

Arrependam-se, pois, e recomecem do jeito de Deus. A graça, o perdão e o amor estão esperando por você.


terça-feira, 19 de abril de 2016

A ressurreição e a espiritualidade do cotidiano

Lucas 24.28-32
28 Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante. 29 Mas eles insistiram muito com ele: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando”. Então, ele entrou para ficar com eles. 30 Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles. 31 Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles. 32 Perguntaram-se um ao outro: “Não estava queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?”.

É interessante como a ressurreição de Jesus acontece em meio ao cotidiano. Sua presença está naquilo de mais simples que fazemos como comer e beber.

Por que, então, deslocamos a experiência com Deus para esferas místicas e O esquecemos em nosso dia a dia?

Por que relacionamos nossa espiritualidade apenas com os momentos de oração e a desconsideramos em nosso árduo trabalho diário?

Infelizmente, nossa cultura tem separado dimensões que foram criadas para andarem juntas. 

Pensar que a espiritualidade é apenas uma experiência transcendente fere uma realidade cara para Jesus: a experiência humana.

A espiritualidade é a própria vida cristã. Tudo que fazemos como cristão é espiritualidade. 

Acordar pela manhã, tomar café, beijar a família, ir ao trabalho, desenvolver as atividades pertinentes do dia, voltar para casa, tomar banho e cair no sono devem ser experiências profundamente espirituais. 

Elas devem ser realizadas em Cristo.

Por mais importante que seja a oração e as experiências místicas, elas não limitam a nossa relação com o Deus criador, revelado em Jesus e presente em nosso meio através do Espírito.

Na verdade, quanto mais completa a nossa espiritualidade, mais humanos seremos.

Isso fica evidente com a ressurreição de Jesus.

Após uma longa caminhada com dois de seus discípulos (v.13), o Messias ressurreto se assenta na mesa da casa deles e parte o pão.

Com um gesto simples, Jesus entra no cotidiano dos discípulos e os faz “abrir os olhos” para a nova realidade do mundo: o reino de Deus havia chegado e o Messias estava presente com eles.

Intencionalmente, parece, Lucas nos lembra de Gênesis 3, quando os olhos dos nossos primeiros pais foram abertos para a realidade do mal. Agora, estão abertos para a realidade do único e verdadeiro Deus.

Perceba, isso tudo acontece na esfera do cotidiano. 

Não existe separação entre o mundo “espiritual” e o mundo “material”. 

Tudo é espiritual, pois acontece a partir do relacionamento com Deus.

A ressurreição de Jesus, enfim, é a inauguração da nova criação. Antecipamos essa realidade sempre que  vivemos a espiritualidade de maneira completa.

Vamos, então, estar atentos à presença do Cristo ressurreto em nossa casa e em nosso dia a dia.

Quem sabe perceberemos nosso coração queimando dentro do peito (v.32).

Ou, ainda, vamos chegar a uma linda conclusão: Jesus esteve falando conosco o dia inteiro.


sexta-feira, 15 de abril de 2016

Ressurreição e vida após a morte


Um dia, um amigo perguntou minha opinião a respeito de “vida após a morte”. Estávamos em um restaurante, muitas pessoas de diferentes perspectivas religiosas à volta, vários olhares e ouvidos atentos.

Minha resposta foi simples: RESSURREIÇÃO!

Apesar de contundente, falei tudo sem dizer nada. Ninguém entendeu minha mensagem. Ressurreição é uma imagem vaga para a maioria das pessoas. É associada com “passar para o outro lado”, numa perspectiva de almas ou espíritos que se livram do corpo mortal e renascem em outro plano.

Mas a tradição cristã (e a Bíblia!) diz que a “vida após a morte” culmina na ressurreição nessa Terra daqueles que estiverem em Cristo Jesus, após um período de espera ou de “descanso”. Como diria o teólogo N.T. Wright: ressurreição é a “vida após a vida após a morte!”. Isso significa, novos corpos e novas almas em um novo mundo. Tudo será transformado (cf. 1Coríntios 15).

Então, depois de ver naquele restaurante tantas expressões de frustração com a minha perspectiva, comecei a pensar em uma resposta mais significativa.

Acho que encontrei!

Se, novamente, for interpelado por alguém com a pergunta “o que significa para você vida após a morte”, minha resposta será simplesmente: uma borboleta.

Sim, a ressurreição pode ser vista como a vida de uma borboleta. 

Em Cristo, vivemos como lagartas na terra, passamos um tempo como crisálidas no "céu" e ressurgimos novamente na terra como lindas borboletas.

Tudo será transformado, não apenas o corpo, mas nosso ser integral: pensamentos, emoções, físico, espiritualidade, tudo.

Acredito ser essa a direção que a Bíblia nos dá. É claro, existe muito para falar a respeito desse assunto. E muitas perguntas no ar.

É, como toda perspectiva religiosa, polêmica.

Mas expresso aqui, embora de forma rudimentar, minha opinião.

Para quem quiser saber mais detalhes, recomendo o livro “Surpreendido pela Esperança”, de N.T. Wright, Editora Ultimato.

Que Jesus Cristo ressurreto nos abençoe e nos guie em seu caminho de fé, esperança e amor.


Pr. Vinicius


quarta-feira, 6 de abril de 2016

A surpresa da ressurreição!


Está em cartaz o filme Ressurreição.

É um filme simples, de baixo orçamento, sem grandes efeitos especiais. Mas retrata o impacto que a ressurreição de Jesus deve ter na vida de todos nós.

O filme começa com a captura de Barrabás logo após a crucificação de Jesus. Barrabás afirma sua fé no Messias que ainda viria como um grande líder, a fim de acabar com a farra dos Romanos. Esse Messias, portanto, não poderia ser alguém crucificado.

Depois, o filme mantém o foco na incapacidade do centurião romano Clávios de aceitar a ressurreição de Jesus, apesar de várias evidências. Clávios parte, então, em busca do corpo desaparecido. Até encontrar o Messias vivo.

Essa é a questão: tanto para Barrabás como para o centurião romano, a ressurreição do Messias Jesus não faz sentido. Está fora de seus padrões lógicos. Não encaixa.

Isso também aconteceu com os discípulos. Isso acontece conosco ainda hoje.

Lucas 24.1-12

1 No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres levaram ao sepulcro as especiarias aromáticas que haviam preparado. 2 Encontraram removida a pedra do sepulcro, 3 mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus. 4 Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas. 5 Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive? 6 Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele lhes disse, quando ainda estava com vocês na Galiléia: 7 “É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia”. 8 Então se lembraram das palavras de Jesus. 9 Quando voltaram do sepulcro, elas contaram todas estas coisas aos Onze e a todos os outros. 10 As que contaram estas coisas aos apóstolos foram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as outras que estavam com elas. 11 Mas eles não acreditaram nas mulheres; as palavras delas lhes pareciam loucura. 12 Pedro, todavia, levantou-se e correu ao sepulcro. Abaixando-se, viu as faixas de linho e mais nada; afastou-se, e voltou admirado com o que acontecera.

O clima de abertura da manhã de Páscoa é caracterizado pela surpresa, espanto, medo e confusão (mulheres: v. 4 e 5; apóstolos: v.11; Pedro: v.12c).

Muitas vezes questionamos a incredulidade dos discípulos. Mas temos de admitir: não era fácil para eles.

A “ressurreição”, no mundo dos discípulos, era o que Deus faria no final dos tempos para todos os justos e mártires (cf. João 11.24).

Ela seria um evento de larga escala. Após o grande e final sofrimento de Israel, a todo povo de Deus seria dado nova vida em novos corpos.

Mas a ressurreição de Jesus acontece de forma inesperada. 

Na ressurreição, o Messias inaugura o novo mundo prometido por Deus através de seus profetas. Mas ela é, apenas, o start, o começo. O final ainda será consumado.

Exigirá dos discípulos de Jesus a celebração constante desse evento e a antecipação da futura realidade em seu estilo de vida, enquanto espera o que há de vir.

A ressurreição foi, sem dúvida, uma surpresa.

Nós, também, precisamos nos surpreender com essa realidade.

A crise hoje em relação à ressurreição é diferente da crise na época de Jesus.

Acreditar na ressurreição corporal dos mortos para filhos do iluminismo significa abrir mão de comprovações científicas, sem deixar de ser lógico.

Como disse John Stott: "Crer é também pensar".

Então, é possível acreditar na ressurreição de Jesus a partir da história revelada por Deus e pelas inúmeras evidências históricas.

Além disso, a ressurreição de Jesus, apesar de desafiadora para os primeiros discípulos, foi o que deu base para a origem e formação da igreja.*

Devemos, então, viver a surpresa da ressurreição a cada dia, a fim de experimentar o novo mundo que já começou em e através de Jesus.