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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O Sinal da Manjedoura - parte 1


Lucas 2.8-18:

“8 Havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos.  9 E aconteceu que um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles; e ficaram aterrorizados. 10 Mas o anjo lhes disse: Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: 11 Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo (Messias), o Senhor. 12 Isto lhes servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura. [...]15 Quando os anjos os deixaram e foram para os céus, os pastores disseram uns aos outros: “Vamos a Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos deu a conhecer”. 16 Então correram para lá e encontraram Maria e José, e o bebê deitado na manjedoura. 17 Depois de o verem, contaram a todos o que lhes fora dito a respeito daquele menino, 18 e todos os que ouviram o que os pastores diziam ficaram admirados.


Se você tentar mostrar alguma coisa a um cachorro apontando o dedo, provavelmente ele olhará para o seu dedo ao invés daquilo que você apontou. É frustrante.

Isso ilustra um engano muito comum em relação ao Natal...

Um dos aspectos de maior destaque no Natal é o nascimento do menino Jesus em uma manjedoura – o célebre cocho do Messias-Cristo-Rei. Ela é vista em cartões de Natal; as igrejas se empenham em enfeitar algo que lembre a manjedoura e encorajam pessoas a recitar orações à sua volta. Os animais são também famosos, e estão presentes nos presépios e peças de teatro.

O mais interessante é que não há indicação que pastores da época de Jesus levavam seus animais à noite para algum tipo de estábulo (v.8). A tradição, ainda, diz que José não encontrou um alojamento para se hospedar. Mas a palavra usada para descrever esse lugar (kataluma) tem vários significados, dentre eles “quarto de hóspedes”. 

O mais provável é que José e Maria ficaram no andar de baixo de uma casa, onde as pessoas normalmente usavam o piso superior. O “térreo”, então, era frequentemente usado por animais. Por isso havia um chocho lá, mas não há indicação de que havia animais no momento do nascimento de Jesus. Na verdade, à época do senso, havia muitos viajantes e a hospitalidade judaica (muito valorizada) acontecia naturalmente. Cada casa fornecia o que tinha.

Ter a manjedoura, portanto, como central na história do Evangelho, apontando para a simplicidade do nascimento de Jesus, é como olhar para o dedo e não para o local que está sendo apontado. É claro, a tradição dos animais à volta de Jesus não prejudica o contexto da revelação, apenas é importante não desviar o foco.

Mas, afinal, qual é o foco? E por que Lucas menciona três vezes a manjedoura (v.7;12;16)? 

A resposta é porque o cocho era exatamente o sinal para os pastores (v.12). É maravilhoso pensar que havia um cocho esperando por Jesus e que serviria de sinal exato para personagens inesperados confirmarem a vinda do Messias (v.17). Sem dúvida, muitas pregações podem ser feitas a partir da vinda de Deus em meio à confusão da vida real ou mesmo sobre o humilde nascimento do Messias. Mas o ponto aqui é a boa nova dada pelos pastores, iluminada pelas instruções para o encontro com o Cristo-Rei-Messias.

Por que isso é tão importante? Exatamente porque foram os pastores que contaram quem essa criança era: o Salvador, o Messias, o Senhor (v.11). A manjedoura não é importante em si mesma. Ela é um sinal, um dedo apontado para quem estava nela e para sua tarefa no mundo. Os pastores convocados nos campos (como Davi, um pastor menino, trazido dos campos para ser ungido como rei) foram escolhidos para que Maria e José ouvissem essa verdade de fontes inesperadas, pois até então, era segredo.

Que maravilha quando Deus confirma seus planos após momentos de agonia e sofrimento. Quanta apreensão Maria, uma menina, não passou quando se viu milagrosamente grávida? Quantas crises José teve de superar, pois sua noiva estava grávida sem ele ter tocado nela? Quanta alegria é ver a fé mostrando seus frutos.

Então, quando você ver uma manjedoura em um cartão postal ou em uma igreja, não pare no “berço”. Veja para onde ele está apontando. Ele está apontando para a impactante verdade que o bebê aconchegado lá é o verdadeiro rei do mundo. O resto da história de Lucas (no Evangelho e em Atos) contará como seu reino se manifestará e será estabelecido.

É Natal. Vale a pena recontar a história do nascimento do menino Jesus em uma manjedoura e dar a devida atenção para onde Deus está apontando.


Pr. Vinicius.
Fonte: N.T. Wright – NT for Everyone

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