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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O Sinal da Manjedoura - parte 2



Lucas 2.1: “Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano.”

Na primeira parte do artigo, falamos sobre a manjedoura como um sinal para os pastores reconhecerem onde estava o Messias-Cristo-Rei, tão aguardado pelo povo hebreu, e agora anunciado pelos anjos como uma revelação para o mundo.

Mas existe mais um importante detalhe no sinal da manjedoura...

Lucas introduz a história falando sobre César Augusto, no auge do seu poder. Seu nome antigo era Otaviano e era filho adotivo de Júlio César, o grande ditador da República Romana, morto após uma conspiração (cerca de 44 a.C.).  Depois, porém, de uma guerra civil sangrenta contra Marco Antônio, Otaviano se torna o primeiro imperador do mundo romano, reivindicando para si o legado político de Júlio César.

Augusto proclama, então, paz e justiça para o mundo inteiro e declara que seu pai adotivo era divino. Por isso, ele mesmo se estabelece no poder como o “filho de Deus”. Poetas, assim, escrevem canções sobre a nova era que havia começado; historiadores narram a longa história da elevação de Roma à grandeza, alcançando seu clímax (obviamente) com Augustus. O povo dizia que Augustus era o “salvador” do mundo. Ele era seu rei, seu senhor. Consequentemente, muitos o adoravam como um deus.

Não é a toa que Lucas faz o contra ponto com Jesus. O anúncio do verdadeiro Messias-Cristo-Rei acontece no momento apropriado. A proposta é, realmente, de um novo reino, diferente do oferecido pelos homens. O contexto do nascimento desse menino na manjedoura é o começo da confrontação entre o reino de Deus (em toda sua aparente fraqueza, insignificância e vulnerabilidade) e os reinos do mundo. Existe um novo caminho a seguir: a conquista do mundo pelo poder do amor e não pelo amor ao poder. Ao invés da coerção, a subversão amorosa; no lugar da imposição, um convite ao discipulado.

O reino de Deus, por fim, é estabelecido pela cruz. É a expressão mais completa da manjedoura. Indica a impossibilidade humana de alcançar qualquer propósito sem a intervenção divina. É a declaração do amor incondicional de Deus à humanidade em rebelião e escrava de falsos deuses. É a salvação.

Augustus, provavelmente, nunca ouviu falar de Jesus de Nazaré. Mas, um século mais tarde, seus sucessores em Roma não apenas ouviram sobre Jesus; eles perseguiam seus seguidores. E dentro de três séculos, o próprio imperador se tornaria cristão.

Ainda há um longo caminho a ser trilhado. O reino de Deus não está completo. Aguardamos a vinda do Rei, em poder e glória, para estabelecer seu reino de paz e justiça na Terra. Temos esperança na ressurreição. Enquanto isso, vivemos como um povo que experimenta a mensagem revelada a pastores e proclamada diante da santa manjedoura: “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo-Messias, o Senhor” (Lucas 2.11 e 17).

Pr. Vinicius.

Fonte: N.T. Wright – NT for Everyone

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