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terça-feira, 15 de março de 2016

Subversão




Marcos 10.35-45 
O pedido de Tiago e João







35 Nisso Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se dele e disseram: “Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir”. 36 “O que vocês querem que eu lhes faça?”, perguntou ele. 37 Eles responderam: “Permite que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”. 38 Disse-lhes Jesus: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Podem vocês beber o cálice que eu estou bebendo ou ser batizados com o batismo com que estou sendo batizado?” 39 “Podemos”, responderam eles. Jesus lhes disse: “Vocês beberão o cálice que estou bebendo e serão batizados com o batismo com que estou sendo batizado; 40 mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não cabe a mim conceder. Esses lugares pertencem àqueles para quem foram preparados.

Em nosso país temos o costume de desvalorizar a nós mesmos. Diante dos casos de corrupção amplamente expostos na mídia, normalmente dizemos: “só pode ser no Brasil”.

A história de Tiago e João mostra que a corrupção está em todo o lugar. Inclusive no coração dos discípulos de Jesus.

Quando eles pedem a Jesus cadeiras especiais no reino, eles estão imaginando Jesus assinando seu primeiro decreto como rei: matem os romanos!

Imaginam um reino de poder e glória... humana.

Sendo assim, um queria ser Ministro da Fazenda e, outro, Ministro da Justiça. Eles queriam antecipar a vaga; passar na frente dos concorrentes.

Mas o reino de Deus é diferente (essa sempre foi a mensagem de Jesus). O caminho para ele ser estabelecido não é coercitivo. Portanto, não adianta negociar os cargos para tirar vantagens.

Como o reino será estabelecido, então?

Talvez a melhor resposta para essa pergunta seja: PELA SUBVERSÃO.

A subversão acontece de dentro para fora. É água mole em pedra dura que tanto bate até que fura.

Foi o caminho de Jesus.

Perceba a resposta de Jesus a Tiago e João: “Vocês não sabem o que estão pedindo. [...] Esses lugares já estão reservados para outros.”.

Quem são esses outros?

A narrativa de Marcos nos deixa em suspense por um tempo. Depois nos revela, logo adiante, no cenário da crucificação.

Os que ficarão à direita e à esquerda serão dois ladrões (15.27).

Como assim?

A glória de Deus, sua grande vitória, será na cruz. Ali todo mal é derrotado. A fraqueza se transformou em força. O sofrimento em superação. É pura subversão.

Tiago e João não sabiam o que estavam pedindo. Eles não conseguiam imaginar um reino conquistado pela paixão, morte e ressurreição do Messias. 

Entendiam as palavras de Jesus sobre “beber a taça” e “receber o batismo” como uma alerta sobre as dificuldades e lutas para o estabelecimento do reino. Algo como: “será duro, mas venceremos!”.

Mas a cruz mostra que para estabelecer o reino de Deus não basta apenas passar por um caminho difícil. É uma jornada a ser trilhada. Uma jornada de subversão.

O caminho subversivo, portanto, é exemplificado pelo sofrimento de Jesus, o qual leva sobre seus ombros toda a maldade do mundo por amor. A fidelidade a Deus e ao seu projeto é sua grande motivação. E seu projeto é a nova criação.

Por isso, somos convidados para sermos seus discípulos. Devemos aprender o caminho da subversão e implementar a sua vitória no mundo.

Jesus nos chama à subversão porque esse é o melhor caminho para a transformação. É a forma de plantar a semente da nova criação.

Quando você é subversivo, o teu valor não está na admiração das pessoas. O teu sucesso não é marcado pela produtividade. A tua estabilidade não é determinada pelo dinheiro que você tem no banco.

O subversivo age com intencionalidade, semeando o reino, mas crendo que quem dá o crescimento é Deus.

O subversivo é humilde. Busca servir ao invés de ser servido. Seu coração não está nas conquistas pessoais.

O subversivo é manso. Já foi um cavalo xucro; agora está domado. Suas ações são marcadas pela sobriedade. Busca agir com sabedoria diante da tensão.

O subversivo é persistente. Não desiste nunca. É movido pela esperança. Acredita na vitória de Jesus na cruz e no estabelecimento da nova criação no futuro.

O subversivo é criativo. Está sempre buscando alternativas para lidar com o mal, a fim de transformá-lo em bem.

O subversivo ama. Ama porque sabe que é amado. Sua força vem dessa certeza. Entrega sua vida na fidelidade ao amado.

A cruz, portanto, não é apenas um meio de vitória, mas um modelo.

A cruz nos indica que existe um caminho diferente a tomar. Um caminho de amor e paz. Um caminho de transformação real, de dentro para fora. Um caminho subversivo.

O que te impede de tomar tua cruz e seguir a Jesus pelo caminho da subversão em direção ao reino de Deus?


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